LIGUE O SOM

quinta-feira, 18 de março de 2010

Erro


Bastam segundos para que uma dor lancinante corte o coração.
O dia começa andando pelas ruas. A alegria do momento é tamanha que parece que o mundo é uma caixa de som e nela está tocando - "We all live on yellow submarine, yellow submarine, yellow submarine." Subo ao hospital a pé, tranquilo. Com uma leve preguiça do amanhecer. Percorro as ruas e avenidas. Vejos os carros passado. Cruzo com postes. Escuto o cantar matinal das aves. O dia começando de uma maneira lúdica.
No hospital, aprendi a não ter coração. O sofrimento das pessoas é só uma coisa imediatista. Estou alí para prestar uma ajuda e não para consolar. Mesmo que isso aconteça em algumas situações adversas. Não há dor para a minha pessoa. Vejo o sofrimento alheio como um desafio a ser desvendado. Mas assumo uma boa felicidade quando o bem estar do doente é conquistado. Alívio para ele, penso!
Alguns desentendimento acontecem num lugar onde o ego e o status constantemente dividem o lugar. Mas isso é passageiro. Relevo com o tempo. Volto a caminhar pela rua.
O caminho até o almoço é um tanto chato. Acaba-se o momento de devaneios. Concentrado penso em me livrar logo do sol que corroi meu cérebro e minha nuca.
Restaurante, prato do dia, revista, talheres, ..., ..., prato, mastigo. Nenhuma palavra. Talvez um "oi tudo bem?"e mais nada. Termino, levanto, pago, e volto pra casa.
Aí, aqui eu viro, de novo, um macunaíma. E aí que preguiça. É o tédio de quem mora sozinho.
Assisto uma tela para dar sono, como ocorre de rotina.
...
Acordo para ver o dia passar.
O telefone toca. As palavras são de muito carinho e amor.
De repente, após um dia comum, num momento extremamente adverso, um comentário e uma lágrima.
Em um segundo uma dor lancinante corta meu coração. Porque o amor as vezes doi!

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