LIGUE O SOM

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Bla bla bla de música.


Não chega a ser um trauma de infância, mas detestava quando minha mãe me dizia: "-tira esse som meu filho. Não é hora pra ouvir esse tipo de som". Como assim "não é hora"?
A conclusão veio com a idade.
Simples. A música não é feita de forma amomentânea. Não se escreve uma música para estimular os instintos auditivos a qualquer momento. Não se escreve uma música lenta para agitar a vida nem vice-e-versa.
Nunca rabisquei um papel com o intuito de construir uma música, nem dedilhei um um instrumento com o mesmo sentido. Mesmo assim acredito que autor de tal proeza, a faz com o desejo de tocar algum dos sentidos de quem escuta.
É como um entorpecente. Quem o produz, ou planta, ou vende, sabe quem será o consumidor. O rapaz que quer ficar sossegado na praia olhando o tempo passar, ou a garota que quer ir pra uma balada dançar euforicamente sem parar. Pode ser também pro cadavérico noturno das ruas, ou o político que gosta de tomar um uisque com farinha de tira-gosto.
Enfim, a música é um entorpecente para o nosso biotipo psicológico momentâneo. E minha mãe estava certa. Não dá pra escutar um rock pesado num momento calmo do dia. Para cada hora uma nota. Pra cada dia uma trilha sonora. Apenas precisa entrar em ressonância com a nossa alma.

terça-feira, 8 de fevereiro de 2011

Norma Limongi Damasceno

















“-Dona Normiiiinha! Bença.

Deus te abençoe, Celin. Veio ver a vó?”

E assim foram os últimos 6 anos e meio. Chegando na casa de minha vó com data e hora de chegada e partida. E assim se foram os últimos dias com a querida amizadinha.

Infelizmente chegou o avião das 10 - que minha vó por várias vezes dizia ter perdido - para levá-la ao céu, numa viagem sem volta.

De repente. Assustadoramente de repente.

Sem me dar a chance de dar o último abraço. Sem me deixar dizer a ela o quanto ela foi importante para mim. Sem que eu pudesse dizer o amor que sinto pela minha querida vó. Sem que eu pudesse agradecer por tudo que ela fez por mim.

Tristes. Assim nos sentimos. Perdemos o grande ícone de nossa família. A pessoa que com alguns gestos ou algum sorriso transmitia felicidade e amor. Sem nunca sequer ter nos dito.

Perdemos nossa companheira das pescarias. Nossa companheira pra tomar uma Antártica gelada.

Fica uma lacuna. Um silêncio por onde passamos. Fica uma miragem de 1 segundo quando olhamos para algum local onde ela já esteve.

E a gente chora. Mas também sorri. Por saber o quanto especial e bacana foi essa querida mãe, avó, irmã, tia e amiga Dona Norma.

Saudade é o que vai ficar pra sempre. Dos dias fartos, das pescarias divertidas e das frases feitas. Por que não dizer dos palavriados também?

Que Deus ilumine o caminho da minha querida Amizadinha.

Adeus vó Norma. Bença...