LIGUE O SOM

sexta-feira, 18 de fevereiro de 2011

Bla bla bla de música.


Não chega a ser um trauma de infância, mas detestava quando minha mãe me dizia: "-tira esse som meu filho. Não é hora pra ouvir esse tipo de som". Como assim "não é hora"?
A conclusão veio com a idade.
Simples. A música não é feita de forma amomentânea. Não se escreve uma música para estimular os instintos auditivos a qualquer momento. Não se escreve uma música lenta para agitar a vida nem vice-e-versa.
Nunca rabisquei um papel com o intuito de construir uma música, nem dedilhei um um instrumento com o mesmo sentido. Mesmo assim acredito que autor de tal proeza, a faz com o desejo de tocar algum dos sentidos de quem escuta.
É como um entorpecente. Quem o produz, ou planta, ou vende, sabe quem será o consumidor. O rapaz que quer ficar sossegado na praia olhando o tempo passar, ou a garota que quer ir pra uma balada dançar euforicamente sem parar. Pode ser também pro cadavérico noturno das ruas, ou o político que gosta de tomar um uisque com farinha de tira-gosto.
Enfim, a música é um entorpecente para o nosso biotipo psicológico momentâneo. E minha mãe estava certa. Não dá pra escutar um rock pesado num momento calmo do dia. Para cada hora uma nota. Pra cada dia uma trilha sonora. Apenas precisa entrar em ressonância com a nossa alma.

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